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A INCRÍVEL HISTÓRIA DE LI CHING YUN QUE VIVEU 256 ANOS - O MISTÉRIO DA LONGEVIDADE


 

 

Li Ching Yuen

li_ching-yuenMestre Li Ching-Yuen ou Li Ching Yun (Chyi Jiang Hsien, Szechuan, China, 1678 DC – 6 de Maio de 1933) é um Mestre Taoísta chinês, herbalista e praticante de Chi Kung que fontes chinesas alegam ter vivido até a idade de 256 anos. O artigo do “TIME magazine” datado de 15 de Maio de 1933 com o título “Tortoise-Pigeon-Dog” (Tartaruga-Pombo-Cão) traz um pouco de sua história e a notícia de seu falecimento. De acordo com os obituários de ambas as maiores revistas de 1933, New York Times e Time, Li Ching-Yun enterrara 23 esposas e teve mais de 180 descendentes, ao morrer com 256 anos.

O segredo da longevidade

O artigo “Tartaruga-Pombo-Cão” da Revista Time registra a resposta do Mestre Li Ching Yuen sobre qual o seu segredo para conquistar uma vida tão longa:

Manter o coração calmo,

sentar como uma tartaruga,

andar vigorosamente como um pombo

e dormir como um cão.

Esses foram os conselhos dados por Li quando Wu Pei-fu, o senhor da Guerra, foi a sua casa aprender o segredo da longevidade extrema da vida. Li afirmou que a calma interior e paz de espírito foram os segredos para a impressionante longevidade Sua dieta era baseada principalmente em arroz e vinho.

Não é novidade que não se sabe muito sobre a vida de Li Ching-Yun. Sabe-se que nasceu na província de Sichuan na China, onde também morreu. Sabemos também que, ao seu décimo aniversário, Ching-Yun já era alfabetizado e tinha viajado para Kansu, Shansi, Tibet, Annam, Siam e Manchúria para colheita de ervas. Depois disso, sua biografia fica confusa.

http://heiwaki.files.wordpress.com/2010/10/lichingyuen.jpg?w=384

Foi conselheiro  tático militar e instrutor de artes marciais, se aposentou e passou muito tempo nas montanhas do Tibet, onde seguiu coletando ervas medicinais que segundo dizia lhe ajudavam a se manter jovem e saudável.

Em 1927 foi convidado para ir em Wann Hsien na província de Sichuan por seu amigo pessoal o general Yang Sen, que estava muito interessado na força e juventude de Li, apesar de sua avançada idade. Na residência deste governador e caudilho foi feita, à idade de 250 anos, a única fotografia existente de Li.

Pode-se imagina que sua aparência era decrépita, enrugada como couro, ou mesmo assustador, mas diversos relato da época afirmam que eram surpreendidos com a sua juventude. Foi esta a suspeita? Foi Li Ching-Yun tão velho como ele alegou que era, ou sua data de nascimento um erro de escrita, ou mesmo um exagero?

Referências sobre o Mestre Li Ching Yuen

Segundo o artigo da Revista Time (“Time Magazine”), em 1930 o Professor Wu Chung-chieh, diretor do Departamento de Educação da Universidade de Chengtu, encontrou registros do Governo Imperial Chinês datados de 1827 congratulando Li Ching Yuen por seu aniversário de 150 anos.

Em seu livro “Ancient Secrets of Youth” Peter Kelder registra a história de Li Ching Yuen contada por um de seus discípulos, o Mestre de Tai Chi Chuan Da Liu. Ele conta que com 130 anos o Mestre Li encontrou nas montanhas um eremita de idade ainda maior que lhe ensinou o Pa-Kua e um conjunto de práticas de Chi Kung, que incluíam treinamentos de respiração, movimentos coordenados com sons, e recomendações sobre a alimentação e o uso de ervas medicinais. Segundo Da Liu seu mestre dizia que sua longevidade “é devida ao fato que realizei estes exercícios a cada dia, regularmente, corretamente, e com sinceridade por 120 anos.”

O Dr. Yang Jwing-Ming, em seu livro “Muscle/Tendon Changing and Marrow/Brain Washing Chi Kung.” declara que Li Ching-Yuen foi um herbalista chinês praticante de Chi Kung que passou a maior parte de sua vida nas montanhas. Em 1927 o General Yang Sen (??), membro do Exército Nacional Revolutionário chinês o convidou para ir à sua residência em Wann Hsien, província de Szechuan, onde a fotografia reproduzida neste artigo foi feita.

O General Yang Sen publicou um estudo relatando suas pesquisas sobre ele, “Um Registro Factual sobre o “Homem de Sorte” de 250 anos.”, onde descreve a aparência do Mestre Li Ching Yuen quando o conheceu: “Sua visão era perfeita e e sua pele firme; Li tinha sete pés de altura, unhas muito longas e compleição forte.”

Stuart Alve Olson escreveu em 2002 o livro “Ensinamentos de Qigong de um Imortal Taoísta: Os oito Exercícios Essênciais do Mestre Li Ching Yun”. Neste livro o autor transmite a prática do Chi Kung dos Oito Panos de Seda (“Eight Brocade Qigong”), que aprendeu com o mestre de Tai Chi Chuan T. T. Liang. Liang por sua vez aprendeu estes treinamentos diretamente com o próprio General Yang Sen, responsável por trazer o Mestre Li Ching Yuen a público e autor do livro em chinês sobre suas práticas com orientações do Mestre Li que Olson traduziu e incorporou em seu livro.
Os praticantes da arte marcial Jiulong Baguazhang, também conhecida como Nine Dragon Eight Diagram Palm, alegam que sua arte foi concebida pelo sábio taoísta Li Ching Yuen.

O Mestre Liu Pai Lin mantinha no espaço em que dava suas palestras em São Paulo uma foto sua, onde eram visíveis suas longas unhas espiraladas. Ele destacava a importância que este mestre, que conhecera pessoalmente na China, dava ao cultivo do Vazio (Wu Wei). Seu filho, Mestre Liu Chih Ming, ensina no Centro de Estudos da Medicina Tradicional e Cultura Chinesa (CEMETRAC) uma sequência de exercícios transmitida por Li Ching Yuen, o Chi Kung das Doze Sedas.

As diversas histórias sobre o Mestre Li Ching Yuen destacam seu papel como herbalista, usuário e divulgador do emprego de Gotu Kola (Centella asiatica) e outras ervas medicinais chinesas como Ginseng e Alho para manter a saúde e a longevidade.

Atitude de ceticismo a respeito de sua idade real

Ao conhecer a história de Li Ching Yun, a primeira reação de muitas pessoas é duvidar que um ser humano possa realmente ter atingido tal idade. É pouco provável que sua alegação venha algum dia a ser comprovada por documentos aceitáveis sem qualquer possibilidade de contestações no ocidente.

Se o resultado das pesquisa realizada nos antigos registros oficiais chineses (não reconhecidas oficialmente no ocidente) fosse considerada indiscutível, Li Ching Yun seria reconhecido como a pessoa mais longeva com sua idade atestada por documentos, tendo vivido mais de cem anos além do atual recorde documentado.

O atual recorde oficial de longevidade, atestada por documentos, pertence à francesa Jeanne Louise Calment, que faleceu em 1997 com 122 anos.

Wong Kiew Kit, Mestre de Chi Kung e Tai Chi Chuan, escreveu sobre Li Qing-Yun em sua homepage, respondendo às questões de seus leitores: “Eu não tenho certeza se o “Homem de Sorte” Li Qing Yun foi uma pessoa real ou apenas um mito, mas ele é certamente uma inspiração para nós.” Uma inspiração para viver com saúde pelo tempo de vida possível ao ser humano em cada época.

 

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org

            http://www.cristaoconfuso.com

            http://holosgaia.blogspot.com

 

 

 

 

O Mistério da Longevidade –

 Li Ching-Yun

Postado por Karina

 

Foi publicado há alguns dias atrás uma notícia sobre o mistério da longevidade saudável. Segundo as pesquisas atuais no tema, ainda não foi possível determinar um padrão (seja de comportamento ou alimentação) que proporcione mais anos de vida, muito menos que garanta uma velhice saudável. O artigo é bem interessante e por isso colei-o abaixo:

Cientistas tentam encontrar chave para uma vida mais longaEstudos com pessoas que chegaram aos 100 anos em boa forma ainda não desvendaram o mistério da longevidade saudávelHelen Faith Keane Reichert tem 108 anos. Detesta saladas e tudo que esteja associado a um estilo de vida saudável. Gosta de hambúrgueres, chocolate, coquetéis e da vida noturna de Nova York. Também gosta de fumar. “Fumo há mais de 80 anos, o dia todo, todos os dias. Foram muitos cigarros”, admite ela, que tem o apelido de Feliz desde criança.Depois de um derrame, há cinco anos, sua pronúncia se tornou levemente arrastada. Mas sua mente está alerta, a curiosidade, forte como sempre, e a memória muitas vezes se mostra melhor que a de sua acompanhante filipina de 37 anos.Helen, nascida em 1901 em Manhattan e filha de imigrantes judeus da Polônia, é psicóloga, especialista em moda, ex-apresentadora de TV e professora emérita da Universidade de Nova York. Foi casada com um cardiologista e não teve filhos. Quando o marido morreu, há 25 anos, ela decidiu dar a volta ao mundo. Visitou Irlanda, Espanha, Itália, Turquia, Egito, China, Japão e Austrália. Foi sua forma de superar a perda.Feliz, a mulher indestrutível, atraiu a atenção dos cientistas, junto com os irmãos Irving, 104, e Peter, 100, e a irmã Lee, que morreu em 2005 aos 102. Os quatro deram amostras de sangue e foram entrevistados por pesquisadores do envelhecimento de Boston e Nova York. Tais estudos querem descobrir como alguns indivíduos chegam aos 100 anos ou mais saudáveis e ativos.O médico israelense Nir Barzilai, do Instituto de Pesquisas do Envelhecimento da Faculdade de Medicina Albert Einstein, de Nova York, que coordenou as entrevistas, afirma que “não há padrão” no comportamento que conduz à velhice saudável.Mas ele não perde tempo em dizer que as pessoas não devem começar a questionar a importância de um estilo de vida saudável. “Mudanças no estilo de vida implementadas hoje podem determinar se a pessoa vai morrer aos 85 anos e não aos 75.” Mas o pesquisador diz que, para chegar aos 100, é preciso ter uma composição genética especial.“Essas pessoas envelhecem de outra forma. Mais lentamente. Morrem das doenças que vitimam a todos, só que 30 anos mais tarde que o esperado, num processo mais rápido, sem sofrer por período prolongado.”A obesidade, o tabagismo e a falta de exercício certamente prejudicam a saúde. Mas as entrevistas não revelaram uma fórmula mágica que determinasse nossa alimentação e comportamento para que cheguemos com boa saúde a uma idade avançada. “Nenhum dos centenários optou por se alimentar com uma dieta de algas”, indica Stefan Schreiber, de 48 anos, chefe de um grupo de pesquisa sobre envelhecimento saudável da Universidade de Kiel, na Alemanha, que também estudou centenários. Schreiber reparou em algo que os centenários têm em comum: “Muitos só beijaram uma pessoa em toda a vida. Quem sabe não seja esse o segredo?”

(Fonte: Der Spiegel/Estadão)

Apesar do artigo enfocar uma genética “especial” como sendo uma parte essencial do “mistério” da longevidade, na verdade já foram publicados estudos que afirmam que o nosso corpo deveria durar, de modo saudável e ativo, pelo menos 140 anos. Então é realmente muito estranho que a expectativa de vida mais alta do mundo seja de apenas 86 anos (das mulheres japonesas). Não dá para tirar o crédito de uma genética forte, em alguns casos, mas sinceramente discordo dos especialistas consultados quando eles afirmam que é “preciso uma genética especial”. Teoricamente, pelo menos, a maioria de nós já possui essa genética. Então porque continuamos a morrer “prematuramente”?

Se nos basearmos no artigo acima, pelo exemplo de Helen, a ideia do que “contribui para a saúde” pode se tornar um problema. Eu já ouvi falar, por exemplo, de pessoas com mais de 70, 80 anos, trabalhadores rurais, que apenas tomam café com leite o dia inteiro – praticamente nada de água pura (pura no sentido de nada misturado a ela – café, suco etc) – durante boa parte de suas vidas, e que nunca precisaram de hospital ou de remédios. Inclusive saiu uma notícia há algumas semanas a respeito de uma indiana (esse tipo de notícia se não é da Índia ou é da Tailândia ou do Japão!!!) de 92 anos, que afirmou que não bebia um copo de água pura desde os 14 anos de idade. Ela vive a base de duas xícaras de café por dia, frutas secas e arroz, há 78 anos! E antes que alguém pense que “café vai água”, saiba que é muito diferente de tomar água pura, e a quantidade de água ingerida pela indiana, pelo café e o arroz, mesmo assim é muito pouca para o que se considera “saudável”. Tanto que os nutricionistas recomendam tomar pelo menos 1 litro de água pura para cada 25kg do peso corporal (aproximadamente) e sucos e outras bebidas, como o café, não contam como substitutos nessa recomendação básica… Se nós formos pensar ainda em alguns monges, yogues e outros que “vivem de luz”, que passam meses meditando sem se alimentar ou beber água, (Indiano que diz viver há 70 anos sem comida está sob estudo) bem… acho que podemos dizer que é tudo muito relativo ao seu modo de entender o seu corpo e a sua vida (as suas crenças). Particularmente não tenho a menor dúvida de que uma crença inabalável faça milagres. Ou a perda de uma…

 

 Narasamma, a velhinha que diz viver muito bem sem tomar água há 78 anos

Narasamma, a velhinha que diz viver muito bem sem tomar água há 78 anos

 

Mas voltando à longevidade… Segundo Aubrey de Grey, um cientista inglês, gerontologista famoso e controverso, conhecido como o “Profeta da Imortalidade”, a velhice é uma doença que pode ser combatida.

Aubrey de Grey

Segundo ele, os seres humanos poderiam viver 1.000 anos. A teoria  defendida por Grey é que o nosso envelhecimento é causado por radicais livres mitocondriais, e para combater/prevenir esse dano ao DNA mitocondrial ele criou um plano de terapias chamado SENS (Estratégias para Reparar Envelhecimento Insignificante). Para entender melhor as ideias desse excêntrico investigador, coloquei abaixo uma pequena palestra dele (para abrir as legendas clique em “View Subtitles” e desça a barra até “Portuguese”):

 

É claro que o Dr. de Grey é um grande entusiasta da tecnologia e ele aposta suas fichas em tratamentos médicos futuristas. Para ele, a cura do envelhecimento é um “problema de engenharia”. Mas existem seres humanos que não precisaram da “Ciência moderna” para desafiar o envelhecimento e a morte…

E é sobre um dos maiores mistérios da longevidade já conhecidos no Ocidente que irei falar agora nesse post.

li ching yun

O senhor da foto ao lado é Li Ching Yun (ou Yuen), nascido na região de Kaihslen, província chinesa de Szechwan. Li Ching Yun foi um mestre taoísta, herbalista e praticante de Chi Kung (exercícios para o cultivo da energia). Algumas fontes dizem ainda que foi artista marcial e professor de artes marciais.  Segundo registros de documentos oficiais chineses, acredita-se que Li tenha morrido aos inacreditáveis 256 anos.

Os obituários de 1933 publicados na revista norte-americana “Time” e no “The New York Times” relatam que Li Ching Yun “enterrou 23 esposas e teve 180 descendentes”.

A morte de Li aconteceu em 6 de maio de 1933, mas o seu nascimento é ainda um mistério que provavelmente nunca será desvendado (pelo menos não de modo irrefutável para as mentes ocidentais).

Segundo o obituário publicado no New York Times, o próprio Li afirmou que havia nascido em 1736 e que portanto, na data de sua morte, teria 197 anos. A história dos 256 anos surgiu com o chefe do departamento de Educação da Universidade Minkuo, o Professor Wu Chung-chien que disse ter encontrado registros mostrando que Li havia de fato nascido em 1677 e que o Governo Imperial Chinês havia congratulado-o tanto em seu aniversário de 150 anos, como no de 200 anos.

Um correspondente do NYT escreveu em 1928 que muitos dos vizinhos mais velhos de Li afirmaram que seus avôs o tinham conhecido quando eram meninos, mas que Li já era um homem adulto.

De acordo ainda com o artigo de 1933 do NYT, “muitos que haviam visto ele (Li) recentemente declararam que sua aparência facial não era diferente da de uma pessoa dois séculos mais jovem.”

A bem da verdade, não se sabe muito sobre a infância e juventude de Li. O que se sabe é que ele nasceu e morreu na mesma província, que foi alfabetizado até os 10 anos e que viajou por Kansu, Shansi, Tibete, Annam, Siam e Manchúria coletando ervas. A foto acima é a única foto tirada (conhecida) de Li. Data de 1927, e foi tirada durante a sua visita ao seu amigo pessoal,o general Yang Sen, na província de Sichuan. Yang Sen estava muito interessado no segredo de Li, já que este, apesar da extrema idade, aparentava juventude e vigor. A dita foto mostraria Li na idade de 250 anos. A Wikipedia em Inglês traz também que o mestre taoísta Liu Pai Lin, que viveu em São Paulo de 1975 à 2000, tinha uma outra foto do Mestre Li Ching-Yun exposta em sua sala de aula, que é desconhecida ao Ocidente. Segundo essa fonte, Liu conheceu o mestre Li pessoalmente, na China, e com ele aprendeu técnicas do Qigong.

Além disso, o que se sabe é que durante cem anos Li passou vendendo ervas coletadas por ele, para depois passar a vender ervas coletadas por outros. Diz-se que no tempo que esteve com sua vigésima quarta esposa, de apenas 60 anos, Li já havia passado dos 200 anos.

Mesmo que Li não tenha vivido 256 anos, mas os 197 que ele afirmava – e aqui podemos especular que ele mesmo possa ter perdido a conta de seus anos… ou não – , mesmo assim é muito tempo, principalmente se levarmos em conta que Jeanne Louise Calment, a francesa com o recorde de idade mais avançada já conhecido, viveu “somente” até os 122 anos.

A essa altura você deve estar se perguntando… mas afinal o que ele fez para viver tanto tempo? Qual o segredo?

Essa mesma pergunta foi feita pelo comandante militar Wu Pei-fu a Li, que respondeu o seguinte:

Manter o coração calmo,
sentar como uma tartaruga,
andar vigorosamente como um pombo
e dormir como um cão.

E Li explica o “coração sempre calmo”, em uma entrevista feita em 1920 (e publicada nos anos 1950 na revista Domestic and Foreign Magazine):

Penso que a razão pela qual eu vivi tanto tempo e ainda estou perpetuamente saudável é porque nada me irrita desde os meus 40 anos. Por isso, meu coração é muito calmo, pacífico e divinamente tranquilo. É por isso que eu estou livre de qualquer doença, e sempre saudável e feliz.

Além disso, Li tinha em sua dieta diária principalmente três ervas:  ginseng, He Shou Wu (Polygonum multiflorum) e Gou Qi Zi (fruta goji). É dito que utilizava também Gotu Kola (Centella asiatica) e Alho.

gojipGoji

gotukolaGotu Kola

ginsengPanax Ginseng

heshouHe Shou Wu

A dieta também apresenta versões… alguns dizem que era estritamente vegetariana, sendo que ele consumia predominantemente plantas e frutas silvestres. Diz-se também que há evidência de que Li comia peixe com regularidade e ocasionalmente carne (duas vezes por ano). Outras fontes trazem ainda que sua dieta era fundamentalmente de arroz e do vinho feito a partir desse cereal. A única erva que aparece em todas as fontes pesquisadas por mim é o ginseng.

No que diz respeito ao preparo das ervas, há mais versões. Com o ginseng e o fo-ti (He Shou Wu) ele fazia chás. O goji era comido cru, assim como a Gotu Kola, que era ingerida tanto como salada, como preparada como chá. De acordo com outras fontes, há também algumas evidências de que ele pode ter também colocado essas quatro ervas (juntamente com Dang Gui e Gan Cao) num licor forte como uma tintura e que bebia um gole ou dois a cada dia.

Agora surge outra pergunta… de onde ele tirou a ideia dessa dieta?

Segundo relatos do mestre de Tai Chi Chuan Da Liu, que foi discípulo de Li Ching-Yun, Li  conheceu um eremita muito velho que vivia numa montanha. Foi esse ancião que lhe deu recomendações sobre alimentação e o uso de ervas medicinais, assim como lhe ensinou práticas de respiração e movimentos coordenados com sons (Qigong). Naquela entrevista de 1920 que mencionei anteriormente, o próprio Li comenta que tinha 50 anos (no relato de Da Liu, Li já tinha 130 anos) quando conheceu o eremita, e que apesar de ele não aparentar ser um homem “sobrenatural”, o velho conseguia dar passos enormes, como se voasse no ar. Por mais que Li tentasse, não conseguia acompanhar o ancião. Por isso, pediu a ele que lhe ensinasse seus segredos. Segundo o relato de Li, a única coisa que o eremita fez foi lhe entregar algumas frutas silvestres (as gojis) e lhe disse que era a única coisa que comia. A partir de então, Li passou a comer 15 gramas de gojis todos os dias e por causa disso se tornou mais saudável e ágil. Segundo ele, a dieta possibilitava que andasse 50km sem que se cansasse.

Na verdade, histórias como a de Li, de monges e eremitas do Oriente com poderes aparentemente “sobrenaturais”, ou de longevidade “absurda” não são novidade. O próprio Peter Kelder comenta alguns relatos brevemente em “A fonte da juventude“, assim como essas “lendas” (no sentido de histórias antigas relatadas por testemunhas oculares) são novamente resgatadas em “A fonte da juventude 2“. Uma outra autora relativamente conhecida que também relata casos semelhantes (testemunhados e até mesmo vividos por ela), é Alexandra David-Neel.  Alexandra, nascida na França em 1868 (morreu um pouco antes de completar 101 anos, em 1969) foi uma mulher a frente do seu tempo: exploradora, reformadora, viajante, erudita e independente; ela foi a primeira mulher européia a ser consagrada lama (um mestre/professor de darma). Publicou mais de 40 obras sobre o budismo e suas viagens pelo Oriente. Em seus relatos, por exemplo, ela comenta dos monges corredores (mensageiros) “lung-gom-pa” do antigo Tibete. Esses monges podiam correr a uma velocidade extraordinária, a ponto de parecer que estavam voando.  Podiam correr mais de 300km por dia, ou correr por vários dias, sem parar ou se cansar. O treinamento que possibilita tal feito envolve muita meditação (sentado), grande ênfase no controle da respiração e técnicas de visualização. Inclusive ela comenta que quando observou um desses monges passar correndo por ela, notou que a expressão facial dele era extremamente relaxada, e ele olhava fixamente algum objeto imaginário que parecia estar muito longe.

Alexandra David-NeelAlexandra David-Neel

Observando um monge lung-gom-paObservando um monge lung-gom-pa

Mas voltando à história de Li, penso que muito mais do que a ingestão de alimentos e plantas específicos, a tal “calma inabalável” preconizada por ele seja o verdadeiro grande segredo de sua longevidade. As ervas certamente contribuíram muito, isso é certo, mas sabemos empiricamente, por exemplo, que de nada adianta uma alimentação excelente ou exercícios regulares quando se mantém um estado mental ou de espírito constantemente perturbado ou nervoso. De nada adianta seguir dieta vegetariana, ingerir ginseng diariamente e/ou fazer exercícios físicos se interiormente me mantenho rancorosa, raivosa, irritada, intolerante, mesquinha; enfim, se normalmente vivo identificada com estados emocionais negativos. Sofrimento envelhece. O que se passa nos bastidores da mente é apresentado no palco do corpo. Uma alimentação especial (como a mencionada nesse post) ou exercícios específicos (como os Cinco Ritos Tibetanos, ásanas de Yoga, artes marciais etc) são complementos excelentes (talvez essenciais) para quem busca a longevidade com saúde e vigor. Mas em si mesmos não fazem “milagre”. O “milagre” reside na “mente”…

Assim como é em cima, é embaixo. Assim como é no interior, é no exterior.

P.S.: Nesse momento você pode estar pensando… então como que outros mestres, lamas, budas, enfim, morreram antes dos 100 anos? Bem, o curso de sua vida é a causa secreta de sua morte… Todos eles viveram o suficiente para cumprirem suas missões aqui nessa Terra. Alguns levam mais tempo, outros menos. A sua missão é o propósito de vida que você escolheu. O tempo que você vai precisar para cumpri-la depende mais de você do que você pode imaginar

 

 

Fonte: http://inconscientecoletivo.net/o-misterio-da-longevidade-li-ching-yun/

 

 

Namastê!

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