O UNIVERSO COMO MULTIPLAS REALIDADES PARALELAS - BRIAN GREENE
Espaço. Ele separa você de mim, uma galáxia de outra, átomos de outros.
Ele está em qualquer lugar do universo. Mas para a maioria de nós,
espaço é um vazio. Bom, acontece que o espaço não é o que parece. De
um assento de passageiros em um táxi de Nova York viajando próximo a
velocidade da luz à um salão onde mesas de sinuca fazem coisas
fantásticas. Brian Greene revela o espaço como uma fábrica dinâmica que
pode esticar, torcer, esticar, entortar a ondular-se através da
influência da gravidade. Mais estranho ainda é o ingrediente mais
novo do espaço que na verdade constitui mais de 70 porcento do universo.
Físicos chamam de Energia Escura porque eles não sabem o que tem lá,
viajando pelo espaço e o espandindo cada vez mais rápido, eles não tem
ideia do que seja.
A Origem do Tempo
O que é o tempo? Esta é uma questão que ocupou espaço dentro de
muitos cérebros brilhantes, desde os filósofos antigos até aos
cientistas do iluminismo e além.
Ainda assim, após milhares de anos de contemplação e progresso
científico, ainda não há consenso sobre sua natureza. “Podemos
reconhecer o tempo mas não podemos entendê-lo”, diz o filósofo Julian
Barbour. “Vale apena comentar que não um consenso geral sobre o que é o
tempo ou mesmo como investigar uma solução para ele.”
Talvez possa ser isso mesmo porque um profundo entendimento do tempo
provou-se quase supérfluo para o nosso progresso. Na física, por
exemplo, As leis do movimento de Newton, a Teoria da Relatividade de
Einstein e a Teoria Quântica não requerem que nós saibamos sobre a
natureza do tempo de forma a fazê-las funcionar. Até mesmo os
fabricantes de relógigios nãop precisam entender sobre o tempo.
Os relógios, entretando, nos dão uma pista sobre onde concentrarmos
nossos esforços, porque um relógio necessita de alguma espécie de parte
móvel para que se possa medir o deslogamento do tempo. Poderia ser
através da oscilação de um cristal de quartzo ou uma ejeção de uma
partícula de um átomo radioativo – de uma forma ou de outra, deve
existir um movimento.
Quando algo se move, ele muda. Assim, os relógios nos dizem que o
tempo é complicadamente ligado à mudança, mesmo que essa informação nos
afaste ainda mais de seu entendimento. A partir deste ponto, existem
dois caminhos que nos levam à direções opostas de como devemos ver o
tempo.
A primeira, conclui que o tempo é real, uma propriedade fundamental
do universo. Como o espaço ou massa, ele existe por si mesmo. Ele
próprio oferece condições suficientes para que eventos ocorram. Este era
a visão tomada por Isaac Newton, que percebeu que para quantificar o
movimento, você tem que tratar o tempo como se ele fosse tão sólido
quanto as paredes de uma casa. Somente assim você poderá medir com
precisão o quanto e com que velocidade um objeto está se movendo.
Einstein livrou-se desta noção de rigidez mostrando que o tempo passa
à taxas diferentes dependendo do movimento do observador e a força da
gravidade que atuam sobre eles. Sua teoria abandona a noção de que o
espaço-tempo devem coexistir e ainda foi mais longe ao dizer que “o
tempo não é nada mais que uma ilusão teimosa e persistente”. Mesmo
assim, o espaço-tempo pode ainda nos dar uma referência útil para que
possamos medir o cosmos, ou como o Físico Brian Green escreveu em seu
livro “A Fábrica do Cosmo s”, “o espaço-tempo é alguma coisa”.
O segundo caminho nos leva para a idéia de que as mudanças são as
propriedades fundamentais do unvierso e que o tempo emerge dos nossos
esforços para organizar as mudanças do mundo que vemos a nossa volta. O
grande rival de Newton, Gottfried Leibniz favoreceu este estilo de
interpretação, que sugere que o tempo não é real, mas criado dentro de
nossos cérebros. Assim, tempos que encarar neste momento um enigma: o
tempo é real?
Físicos e Filósofos ainda debatem tal questão, principalmente porque a
mecânica Quântica turva ainda mais esta questão. Uma das principais
razões é que as respostas poderiam nos guiar em direção à “Teoria de
Tudo” que poderia explicar todas as partículas e forças da natureza.
Uma outra questão também cresce cada vez mais. Se o tempo é real, de
onde ele vem? Até recentemente, muitos físicos assumiram que ele foi
criado no big-bang, quando a matéria, energia e o espaço nasceram.
Qualquer noção de que o tempo existiu antes do big-bang é portanto
considerado irrelevante. Agora porém, eles não têm certeza.”Não temos
direito de dizer que o tempo e o universo começaram no big-bang, ou que
houvesse alguma espécie de pré-história”, diz Sean Carrol do Instituto
de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. “Ambas as opções estão sobre o
amesa e pessoalmente, eu sou a favor de que o universo sempre existiu”.
A Teoria das Cordas é que nos leva a refazer nossas perguntas. Nestas
extensões hipotéticas da física padrão, a realidade é composta de mais
dimensões que nossos conhecidos quatro, embora não possamos diretamente
perceber as outras que existem, eles permitem que existam lugares para
universos alternativos existirem. Estes universos brotam umas das outras
em sequências perpétuas de big-bangs, significando que noso universo
nasceu de uma outra e assim, trazendo a idéia de que o tempo existiu
antes do nosso big-bang. Universos anteriores podem até ter deixado
resqícios de si próprios em nosso próprio universo.
Em 2008, Carroll e seus colegas, argumentaram que peculiaridades
deixadas pela radiação do big-bang podem ser a assinatura de universos
anteriores. No ano passado, Roger Penrose, da universidade de Oxford e
Vahe Gurzadyan do Yerevan State University na Armênia, foram muito mais
longe e disseram que a camada de micro-ondas cósmica (CMB – Cosmic
Microwave Background) foram evidenciadas de uma sequência de universos
anteriores e debig-bangs. Teremos uma oportunidade de testar estas
idéias quando o satélite Planck da Agência Espacial Européia liberar
seu mapa do CMB daqui a alguns anos.
No momento, não há uma forma simples de escaparmos da dificuldade
enorme destas questões, nem mesmo de concebermos a verdadeira
profundidade das respostas que um dia poderemos chegar a conhecer.
Agora, mais do que nunca, temos que encarar nossa grande ignorãncia
sobre o tempo.
[Stuart Clark]
[Tradução do New Scientist - 2011-10-08 - October Issue - Páginas 38 e 39]
Namastê!
OM...
Lavínia Harue