DEUS O ESPÍRITO ETERNO IMORTAL PURO INEFÁVEL INDESCRITÍVEL ONIPRESENTE ALÉM DE TODO UNIVERSO COSMOS, A MÃE TERRA SAGRADA DIVINA ABENÇOADA, A FONTE QUE TUDO É, A FONTE IMORTAL, ETERNA, INFINITA ABSOLUTA, INEFÁVEL, DIVINA,ETERNA...ONIPRESENTE... ONISCIENTE... ONIPOTENTE... OFERECE ESCOLHA .. DENTRO DO NOSSO CORAÇÃO, DO NOSSO ESPÍRITO ... O SEU EU VERDADEIRO, O SEU CRISTO PURO DIVINO IMORTAL INTERNO... VOCÊ ESTA AQUI PARA RECORDAR QUEM VOCÊ REALMENTE É ... !!! LAVÍNIA HARUÊ TRIPOLONI
TODOS UNIDOS POR UM MUNDO MELHOR - UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA
O TERCEIRO MILÊNIO – O NOVO MUNDO
Huberto Rohden
No quinto evangelho do apóstolo Tomé, recém encontrado no Egito, lemos o seguinte:
"Os discípulos perguntaram a Jesus, o Cristo :
Mestre, quando começa o novo mundo de que tu falas?
E quando é que vem o Reino de Deus?
E Jesus respondeu: o Novo Mundo já começou e o Reino de Deus, já veio, porque o Reino de Deus está dentro de vós, mas vós não o vistes!"...
A mesma situação de hoje à dois mil anos atrás... a mesmíssima situação!
O Novo Mundo já veio!
Ele não vem com a Era de Aquário e também não vem com o terceiro
milênio! Estão escrevendo livros de uma ingenuidade desesperadora; de
que o novo mundo vai começar no terceiro milênio, por um toque de magia:
aperta-se um botão e lá sai a Nova Humanidade... não existe tal
técnica!
O Mestre disse: "O Novo Mundo já começou e o Reino de Deus já está presente dentro de cada um de vós!"...
estais com os olhos fechados, estais com os canais obstruídos! Abri os
vosso olhos, os olhos do vosso Eu Divino, desobstruís os vosso canais e o
Reino de Deus está aqui!... A mesmíssima situação de hoje!
Pensam
que a nova humanidade, que o Reino de Deus depende dos astros, da
astrologia, que depende dos tempos e dos espaços... Não tem nada que ver
com isso! Ele já tinha vindo no primeiro século... Imaginem o que
mestre Lucas nos escreve nos Atos dos Apóstolos...Ele diz que todos os
discípulos de Jesus - que eram milhares - porque só no primeiro dia se
converteram 3000 e no segundo dia mais 5000... - eram milhares já no ano
33 da nossa era. Então o mestre Lucas diz que todos os discípulos de
Jesus celebravam os seus ágapes de confraternização, eram todos um só
coração e uma só alma, não havia nem um indigente entre eles porque os
que os que tinham demais repartiam do seu demais para os que tinham de
menos, e todos tomavam as suas refeições na alegria de seus corações!
Estava resolvido o problema econômico-social naquele tempo! Porque a
experiência da paternidade única de Deus tinha criado a vivência da
fraternidade universal entre os homens! Os dois grandes mandamentos do
Cristo - a experiência da paternidade única de Deus, produz a vivência
da fraternidade universal dos homens!
Mas,
falta a base, falta árvore e não pode haver fruto... Por que a
experiência da paternidade única de Deus que é a tremenda vertical da
mística, não existe!
E
como é que vamos ter os frutos da vivência e da fraternidade universal
dos homens - que são os frutos?... Vocês não podem ter uma laranja se
não plantarem uma laranjeira!...Sim, vocês podem ir a uma quitanda e
comprar uma laranja de celulóide. Hoje, fabricamos laranjas de celulóide
perfeitamente iguais às laranjas naturais. Há laranjas de plástico por
toda parte que vocês podem comprar. Mas não são laranjas verdadeiras!
Nós não podemos fabricar uma única laranja com toda a nossa ciência. Não
podemos fabricar nada! Só podemos imitar e fazer camuflagens da
natureza. Se vocês querem uma laranja de verdade, mas "verdadeira", não
há nenhuma possibilidade a não ser plantando uma laranjeira! O que nós
fabricamos tecnologicamente é pura mentira; parece verdade, mas é
mentira! A mesma coisa acontece no mundo espiritual: como é que nós
podemos esperar a vivência da fraternidade universal dos homens - que
todos querem - mas se falta a laranjeira? Queremos as laranjas; mas, não
queremos saber da laranjeira, por que dizemos que isto é metafísica,
isto é mística. Não vamos tratar da mística, vamos tratar das coisas
pragmáticas de cada dia!
Há
pouco tempo esteve em minha casa um brasileiro que a vinte ou trinta
anos vive nos Estados Unidos, professor de uma universidade; todo
americanizados, pragmatizado, só conhece coisas pragmáticas... Ele quer
as laranjas, mas detesta as laranjeiras. E ele me disse:
-É horrível! A humanidade que está numa situação pavorosa!
Tristão de Ataíde disse em um de seus livros:
"Dois terços da humanidade estão morrendo de fome e um terço está morrendo de indigestão, por comer demais!"
Isso é uma pura verdade!
E disse aquele senhor:
-
Nós poderíamos resolver esse problema. Se a ONU resolvesse abrir duas
estradas largas, ao longo do Equador, do norte e do Sul e a cada manhã,
milhares de caminhões despejassem mantimentos para cada lado do Equador e
os habitantes de cada lado pudessem buscar os seus mantimentos, a
situação da humanidade estaria resolvida.
E
eu disse: Meu amigo, meus pêsames pela sua ignorância! O Senhor pensa
que o problema principal da humanidade é um problema estomacal? O Senhor
pensa que enchendo o estomago diariamente de todos os habitantes, os
homens seriam todos felizes e irmãos entre si? Iam brigar do mesmo modo;
iam brigar de barriga cheia, como agora estão brigando de barriga
vazia! O problema não é um problema estomacal: é um problema mental e
espiritual. Não adianta encher cada dia o estomago para que todo mundo
seja feliz! Porque os ricaços são os mais infelizes; não são os pobres
que são os mais infelizes! Os que morrem de indigestão é que são os mais
infelizes, os que morrem de indigestão é que são os mais infelizes e
não aqueles que estão morrendo de fome! É claro que o problema material é
necessário, mas não é o principal: falta-nos a solução do problema
mental e do problema espiritual. Pensamos erradamente e por isso vivemos
errada e desgraçadamente!
Mas
o problema já estava resolvido no primeiro século! Os discípulos de
Jesus que tinham recebido a invasão do Espírito Santo, do seu eu divino,
já tinham resolvido este problema! Viviam todos em perfeita
fraternidade, na alegria do seu coração! Os problemas estavam resolvidos
no cristianismo primitivo. E por que não se resolveu hoje? Porque nós
não estamos na mensagem do Cristo, nós nada sabemos do Cristo.
Gandhi falou a verdade ao responder à todos os missionários cristão que o queriam converter ao seu cristianismo teológico:
"Eu aceito Cristo e o seu Evangelho, não aceito o vosso cristianismo!" -
Assim falou o melhor dos cristãos, como disse o escritor inglês, que
era pagão, Albert Schweitzer, filho de um pastor evangélico cristão,
escreve em um de seus livros:
"Nós,
os cristãos, inventamos um soro, e injetamos este soro aos homens e
quem é vacinado com o soro do nosso cristianismo não aceita mais o
Cristo".
Quem
é vacinado com o soro do nosso cristianismo, esse está imunizado contra
o espírito do Cristo. Não aceita mais o Cristo, porque já é cristão!
Nessa situação nós estamos. De fato, o cristianismo a partir do século
quarto - por que o cristianismo verdadeiro só viveu três séculos - ele
foi assassinado no ano 313 por Constantino Magno, o primeiro imperador
cristão. Constantino Magno assassinou a cristicidade do Cristo e isto é
fato histórico, porque no ano 313, Constantino Magno, o pretenso
imperador cristão, deu liberdade aos cristãos das catacumbas e fez muito
bem, precisavam mesmo de liberdade. Mas, ele deu três presentes de
gregos, que desgraçaram o cristianismo até hoje. Nós estamos envenenados
pelos três presentes gregos que Constantino Magno deu aos cristãos
verdadeiros. Constantino Magno convidou os discípulos do Cristo de
saírem das catacumbas e fez muito bem e tomarem parte da vida do Império
Romano, no ano de 313. E os discípulos de Cristo aceitaram o convite. E
ele lhes deu três presentes gregos - presentes gregos são presentes
perigosos - armas, política e dinheiro. Porque os cristãos das
catacumbas, não tinham armas, não tinham política, não tinham dinheiro,
mas eram felizes. Mas Constantino Magno disse: Isso não é vida, debaixo
da terra! Vamos viver de sentimentos na superfície da terra! E lhes deu
três coisas importantes: armas para matar seus inimigos, política para
enganar seus amigos e dinheiro para comprar e vender consciências. E nós
estamos nesse cristianismo até hoje. O nosso cristianismo desde o
quarto século é precisamente isso: armas para matar nossos inimigos,
política para enganar nossos amigos e dinheiro para comprar e vender
consciências. Nós estamos fazendo isso. Desde o ano 313, nós estamos
vivendo no cristianismo dos homens e não estamos vivendo na cristicidade
do Cristo. E não há nenhuma solução! Imagine a que monstruosidade os
cristãos do século XX chegaram... monstruosidades! Duas nações cristãs
poderosas deste globo, uma para cá do Atlântico e outra para lá do
Atlântico... As nações mais poderosas do mundo o que é que estão
fazendo? Ambas são cristãs, ambas pertencem a uma igreja cristã...estão
fabricando as armas mais modernas, metralhadoras de alta precisão,
aviões de bombardeio e estão vendendo isto aos árabes para matar os
judeus e aos judeus para matar os árabes... Duas nações praticam a
indústria bélica em auto grau em pleno século XX - mas são todos
cristãos! Porque fazem isso? Por amor ao excremento de Satanás! - na
expressão de Papine, o velho escritor italiano que chama o dinheiro de o
excremento de Satanás. Todos querem ganhar dinheiro, dinheiro,
dinheiro, dinheiro e mais dinheiro! Com o dinheiro a gente fabrica armas
e com as armas a gente mata os seus inimigos.
Esse
presente grego nos veio do quarto século... Constantino Magno começou a
distribuir este presente grego e nós estamos usando até hoje. Mas...
Estamos pregando o cristianismo em todas as igrejas! Nos domingos as
igrejas estão cheias de cristãos e os pregadores falam muito bem, ótimos
oradores! Pregando o cristianismo em palavras e assassinando o
cristianismo pela sua própria vida! Isto é uma monstruosidade! Vivemos
num cristianismo monstruosamente criminoso! E nós estamos de olhos
fechados assistindo a tudo isto!
Arnold Toembi, o grande historiador britânico recentemente falecido, escreve num de seus livros: Se o deus da nossa teologia existe, então, ele é o maior monstro do Universo! Está lá nos livros de Toembi, que era da Igreja anglicana de Londres. Esse é o Deus que nós inventamos!
Todos
matam os seus inimigos em nome de Deus, em nome do Cristo! Apelam para
Deus, apelam para o Cristo, porque é preciso matar os inimigos porque
eles estão numa "guerra injusta" e nós estamos numa "guerra justa". Mas
do outro lado eles dizem a mesma coisa! Essa é a monstruosidade que nós
estamos vivendo desde o quarto século.
Meus
amigos será que não há solução? Não! Não há solução de fora para
dentro. Haveria de dentro para fora, mas isto, nós não queremos. Não há
1% da cristandade - européia ou americana - que queira uma solução de
dentro para fora, porque isto é muito doloroso, isto implica com o nosso
querido egoísmo, com a nossa velha ganância, com toda a velha
humanidade que nós não queremos integrar na nova humanidade.
O
Gênesis diz que a Terra foi maldita por causa do homem! Maldita seja a
Terra por causa de ti! A maldição ao homem adâmico! Mas nós ainda
estamos no homem adâmico, nós ainda não saímos do homem adâmico, que é o
ego! Mas, Lucas diz que lá os discípulos de Jesus, de Jerusalém, viviam
todos em perfeita fraternidade, alegria Universal! Não valia mais a
maldição "do suor do teu rosto comerás o teu pão!" Isso é a maldição do
ego adâmico! Lucas diz que todos eles comiam o seu pão, na alegria do
seu coração. Imaginem: o suor do rosto do Gênesis se converteu na
alegria do seu coração. Não havia um só indigente entre eles porque não
havia nem ricos e nem pobres; todos tinham o suficiente e ninguém tinha
luxo e ninguém tinha indigestão! A solução já existia no primeiro
século, em escala pequena, é verdade! E durou três séculos esta solução
do problema econômico-social e do problema da fraternidade universal dos
homens, porque, um pequeno grupo de iniciados - apenas cento e vinte
pessoas - tinha a experiência da paternidade única de Deus. Entrou na
verticalidade profunda da mística: Amarás o senhor teu Deus com toda a
tua alma, com toda a tua mente, com todo o teu coração e com toda as
tuas forças! Este, diz o Mestre, é o maior e o primeiro de todos os
mandamentos...Mas, quem é que aceitou isto? Foi aceito durante três
séculos e foi renegado a partir daí! E nós estamos na apostasia da
mensagem do Cristo.
Gandhi tinha razão: "Eu aceito o Cristo e o seu evangelho, mas não aceito o vosso cristianismo!". Isso diz o mais cristão dos cristãos do século XX, como diz o escritor inglês e que oficialmente nem era cristão. Era 100% cristificado,
mas não era oficialmente cristianizado. Os missionários o queriam
cristianizar, mas ele já estava muito mais cristificado do que todos os
missionários que o queriam cristianizar e por isso ele nunca aceitou o
nosso cristianismo. E nós? Onde é que estamos? Estamos no cristianismo
ou estamos na cristicidade? Este é o grande problema?
Enquanto
nós não sairmos da escravidão do nosso velho ego, podemos estar em
todos os cristianismos do mundo, seja qual for a denominação desse
cristianismo, é tudo farinha do mesmo saco, não adianta nada! É preciso
superar, ultrapassar, transcender todos os cristianismos de qualquer
denominação, não faço exceção para nenhum, seja qual for, porque os
cristianismos que querem laranja, mas não querem a laranjeira...
Fabricam laranjas artificiais, mas que são eternas mentiras... Não
querem a experiência da paternidade única de Deus, mas querem a
fraternidade universal dos homens, mas é claro. Todo mundo quer! Isso se
fala nos congressos, nos parlamentos, nos comícios... é preciso a
confraternização universal, é preciso abolir a guerra, é preciso abolir
todas as maldades! Muito bem! Estamos de acordo! Mas de que modo? De
fora para dentro, como vocês querem ou de dentro para fora como nós queremos?
Aqui
nós estamos reunidos na semana santa, não para tratar de algum
cristianismo que infelizmente está em crise - todo cristianismo
ocidental está em crise - ...Os mais avançados não querem mais saber de nenhum tipo de cristianismo e fazem muito bem!
Alguns depois de rejeitarem o cristianismo tradicional de Constantino
Magno, que ele inventou no quarto século, abrem os olhos para outra
coisa que não é cristianismo - eles querem ter a experiência de cristicidade.Esses poucos ainda não formam 1% da humanidade cristã do ocidente. Não há 1% destes cristificados!Mas existem! Existem e sempre existiram; secretamente sempre existiram! Os
grandes iniciados, os grandes místicos, sempre foram cristificados,
porque toda alma humana - diz Tertualiano - é cristica por sua própria
natureza! Mas estes cristificados sempre foram considerados hereges,
ateus, dissidentes, apostatas, muitos foram para as fogueiras, outros
foram excomungados porque queriam ser crísticos e os cristão não
permitiam tal coisa. Os cristãos queriam cristianismo e eles não
davam muita importância ao "cristianismo dominante", mas queriam a
cristicidade da sua vida, isto é, experiência da paternidade única de
Deus e vivência da fraternidade universal dos homens. Isto é o que eles
entendiam por cristicidade em toda a sua plenitude; mas a cristicidade não é tolerada na face da terra, sobretudo no cristianismo ocidental,
porque não usa armas, não usa política e não usa dinheiro. Usa, mas não
baseia sua vida nessas três coisas! Pode usar essas três coisas: armas
não para matar os inimigos, política não para enganar seus amigos,
dinheiro não para comprar e vender consciências...Mas para outros fins
externos pode usar essas coisas.
Mas... nós vivemos do excremento do Satanás - como diz Papini
- dinheiro é tudo! Dinheiro resolve todos os problemas! E apostatamos
do Cristo por amor ao dinheiro! E no tempo dele, ele ainda disse:
"Não podeis servir a dois senhores! Não podeis servir a Deus e ao dinheiro! "
Nós
podemos usar, mas não podemos servir! Porque quem serve, serve e se
confessa escravo; se nós servimos ao dinheiro, declaramos que o dinheiro
é o nosso senhor e soberano de nosso Deus. Isto é servir. Não podeis
servir ao dinheiro! Ele não disse que o dinheiro não nos podia servir...
Se o dinheiro nos serve, nós somos o senhor do dinheiro! Mas se nós
servimos ao dinheiro, é claro que o dinheiro é o nosso senhor e soberano
e cometemos todos os crimes por amor à sua majestade satânica: o
dinheiro! É justamente isso o que estamos fazendo! Toda a cristandade
está fazendo isso! Todo ocidente sucumbiu a sua majestade satânica, o
excremento de satanás, o dinheiro. E por isso, todos os crimes são
permitidos e nós justificamos todos os crimes por causa disso. Esse é o
nosso cristianismo!
Já
é tempo que apareçam ao menos alguns pioneiros corajosos, que saiam
dessa hipnose coletiva da humanidade! É uma verdadeira hipnose, uma
alucinação coletiva que domina toda a humanidade, sobretudo a humanidade
cristã do ocidente. Alguém deve ter a coragem de dizer: Eu não
acompanho este movimento! Eu quero voltar à cristicidade do Mestre e não
aceito o cristianismo dominante, embora seja justificado por todos os
teólogos do mundo!
Nós estamos nessa situação!
A
nova humanidade, o novo mundo, o Reino de Deus - disse o mestre - não
vem com observâncias, não se pode dizer ei-lo aqui, ei-lo acolá! Não
existe tal Reino de Deus localizado no tempo e no espaço! O Reino de
Deus não é um fenômeno externo que se possa ver, analisar, observar...
Ele
disse: O Reino de Deus está dentro de vós! Dentro de cada um de vós!
Mas vós não o descobristes! Vós não descobristes a presença do Reino de
Deus e falais dele como numa ausência. Não há nenhuma ausência do Reino
de Deus! A íntima natureza do homem é do Reino de Deus. O homem é crístico e divino por sua própria natureza! Nós não descobrimos a nossa cristicidade, não descobrimos a nossa divindade e por isso estamos diante de problemas sem solução.
Não
seria tempo para que ao menos um ou outro tomasse a sério o
descobrimento do Reino de Deus dentro de si? A experiência da
paternidade única de Deus que é a grande vertical do primeiro mandamento
da mística e se eles tivessem a experiência, não a crença; todo mundo
tem a crença disto, mas a experiência é uma coisa rara. É preciso
ultrapassar a crença infantil e entrar na experiência adulta da presença
de Deus, da realidade de Deus em nós, do nosso Cristo interno.
Experiência é outra coisa do que crença. Da crença há um caminho para a
descrença e um regresso para a crença; é um eterno vai e vem da crença
para a descrença e vice-e-versa. O que eu creio hoje eu posso descrer
amanhã. Isso é muito fácil! Quando se ouve um discurso bem feito sobre
crença, se diz: "Eu sou um crente!" Depois, vem um ateu e diz: "Isso é
tudo bobagem! Essa coisa de Deus não existe!" Aí passam para a
descrença! Eternos cata-ventos... Joguetes de opiniões públicas! Crença e
descrença, descrença e crença... Isso é o que acontece! Crença não dá
segurança, crença não dá certeza nenhuma... é moda! Em certos países é
moda ser crente e em outros países é moda ser descrente, mas, no fundo, é
tudo a mesma coisa! Mas...
Quando
alguém ultrapassa a crença e entra na experiência de Deus, acabou-se o
regresso! Dá experiência não há ida e volta, mas da crença há ida e
volta. Quem tem experiência de Deus tem a experiência por toda a
eternidade! Eu não posso ser experiente hoje e ser inexperiente amanhã.
Eu não posso saber por experiência o que é Deus e amanhã ignorar; isso
não é possível, não há caminho de ida e volta para a experiência - só há
um caminho de ida e esse caminho de ida nos dá segurança, felicidade
profunda e indestrutível. Experiência da presença de Deus em mim!... Eu e
o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai... isto é
experiência.
Pela
meditação, pelo retiro espiritual, nós temos uma só finalidade:
adquirir a experiência da realidade divina dentro de nós mesmos. Muitos
pensam que tem a experiência e se iludem. Eles fabricam uma experiência
imaginaria, mas não tem a experiência! Isso logo se vê na vida externa
deles! Se alguém tem experiência verdadeira e genuína - esta experiência
da paternidade única de Deus transborda irresistivelmente para todos os
setores da vida individual e social. Não é possível ter experiência de
Deus e continuar esta vida individual e social de sempre; não é
possível! Dá-se uma mudança radical, até sem ele saber, porque a ética é
um transbordamento irresistível da mística. Muitos nem sabem que tem
ética, porque a ética nos vem a nossa própria revelia... Nós fazemos o
bem sem o saber, porque somos bons. Ser bom é a experiência de Deus,
fazer bem é a vivência ética dos homens. Se alguém dissesse a um
verdadeiro místico: "Você é um grande homem, um benfeitor da
humanidade!" Ele responderia: "Mas como é que se descobriu tal coisa? Eu
não sei de nada disso!" Ele não sabe!
Quem
tem muita consciência de sua ética não é muito ético, porque a ética é
uma coisa quase que inconsciente; é uma coisa irresistível, automática e
espontânea. Quando se tem a experiência da realidade divina dentro de
nós a gente irradia essa experiência não por meio de palavras, não vai
fazer muitos discursos não, talvez nem faça muita beneficência
organizada, mas, tem uma benevolência tão grande que de vez em quando a
benevolência permanente dele se manifesta também em beneficência
externa.
Mas
mesmo que não haja beneficência externa, a benevolência interna
continua anônima, porque a benevolência é uma atitude enquanto que a
beneficência é uma série de atos. Muitas vezes a atitude da benevolência
permanente se manifesta em atos de beneficência, um atrás do outro e
isso é natural. Mas, é preciso muito mais do que beneficência.
Beneficência são atos externos; mas a benevolência interna é
praticamente idêntica a própria mística. Quando se tem a experiência da
paternidade de Deus, mesmo uma experiência anônima, mas absolutamente
certa - essa experiência da paternidade única de Deus é idêntica a
experiência da fraternidade universal dos homens. Ele já não pode mais
fazer distinções entre amigos e inimigos - isso são coisas artificiais!
Ele não pode fazer distinção entre cristãos e pagãos - isso é
artificial. Ele não pode distinguir entre brancos e pretos, ou mesmo de
outra cor... Tudo isso é artificialismo do nosso ego. Ele vê a natureza
humana como sendo filha de Deus e a filiação divina produz a
fraternidade humana. Queira ou não queira isso é o que vai acontecer: a
experiência da sua filiação divina produz automaticamente a vivência da
fraternidade humana, que às vezes se manifesta em beneficência externa,
mas ela sempre existe em forma de benevolência interna. Ele quer bem a
todas as criaturas de Deus porque ele ama o Deus de todas as criaturas.
Se ele tem a experiência do Deus do mundo ele tem a vivência no mundo de
Deus. Ele vê Deus em todo o mundo, porque viu Deus em Deus. Quem viu
Deus em Deus, também vê Deus em todas as criaturas de Deus. Isto é
automaticamente certo!
O
fundamento de tudo é ter a experiência de Deus; ter a experiência da
verticalidade da mística:... "Amaras o senhor teu Deus!" O senhor do
universo é o teu Deus interno! O senhor transcendente do universo é o
teu Deus imanente! Deus dentro de ti! Porque se Deus fosse apenas
senhor, talvez fosse difícil amá-lo, mas se o senhor do universo é o meu
Deus imanente, então, podemos amá-lo com toda a nossa alma, com toda a
nossa mente, com todo o nosso coração e com todas as forças do nosso
corpo. Isto disse o maior dos mestres!
O
Doutor Da lei que tinha pedido isto, não tinha pedido o resto, mas
Jesus acrescentou o resto. Primeiro ele deu a resposta ao Doutor Da lei,
como ele havia pedido: "Qual é o maior dos mandamentos?" E ele disse:
"O maior é este, mas o segundo é semelhante ao primeiro... amarás o teu
próximo como a ti mesmo!" Há uma tremenda lógica nestas palavras, ele
quer dizer, se tu tens a experiência da paternidade única de Deus e amas
a Deus deste modo como ele disse então a conseqüência imediata e
irresistível será a seguinte: a vivência da fraternidade universal dos
homens. Porque ninguém pode ter experiência vertical sem ter vivência
horizontal. Ninguém pode ter experiência divina sem ter vivência humana -
isto é absolutamente impossível! Então, ele deu o que há de mais
completo: a experiência vertical de Deus e a vivência horizontal dos
homens! No fim ele acrescenta, com uma grande síntese compreensiva:
"Nestes dois mandamentos se baseiam toda Lei e os profetas". Que ele
quis dizer com Lei e profetas? Lei é a vida externa, profeta é a
inspiração interna. Toda vida social, toda vida externa que ele chamava
de Lei e também a experiência interna que ele chamava de profetas - que é
aquele que fala em nome de Deus - nesses dois mandamentos se baseiam
toda a vida externa do homem e toda a sua vida interna. Toda vida social
e toda vida espiritual estão sintetizados nestes dois mandamentos. Aqui
está a fórmula mágica que podia dar a solução a todos problemas
humanos, mas, não deu! Não deu nenhuma solução muito grande. Dá solução
em escala pequena, e isso sempre deu. Mas, a humanidade como um todo,
mesmo a humanidade cristã do ocidente, não encontrou solução até hoje;
estamos guerreando uns aos outros, odiando uns aos outros, matando e
defraudando uns aos outros e o maior criminoso é precisamente o
cristianismo. O paganismo nunca cometeu tamanhas maldades como o
cristianismo organizado! Imagine desde os tempos das cruzadas, desde os
tempos da inquisição, quantas maldades foram cometidas em nome de Deus. E
em nosso século? Duas guerras mundiais inventadas pelos cristãos. As
duas guerras mundiais foram organizadas pelos cristãos europeus. A
guerra do Kaiser, que era cristão, a guerra de Hitler, que era
cristão... Eles eram cristãos e apelaram para Deus, para o Cristo, para
matarem os seus inimigos... Que monstruosidade... a que monstruosidade
nós reduzimos o cristianismo!
Já é tempo de dar uma grande reviravolta e ultrapassar todo o cristianismo dos homens, que é o maior criminoso do mundo
e voltar a cristicidade do Mestre - que já existiu durante três séculos
e está maravilhosamente eternizado nesta fórmula e nestes dois
mandamentos se baseiam toda Lei e os profetas. A Lei e os profetas são a
vida integral do homem. A vida externa que é um transbordamento da vida
interna é a Lei - e os profetas são a experiência da mística interna.
Onde não há profeta e Lei não há vida integral. Onde não há experiência
da paternidade única de Deus - que é profeta - e vivência da
fraternidade universal dos homens - que é a Lei, a ética - a humanidade
fracassou. O grosso da humanidade não vai compreender isto nem no
terceiro milênio, nem no quarto milênio, nem no quinto milênio. Não há
esperança de que a humanidade compreenda isto. A única esperança é de
que algum individuo humano compreenda isto; que um, ou dois ou três
compreendam isto e façam isto e deixem que a humanidade faça o que
quiser! Nós não podemos converter a humanidade; eu só posso converter a
mim! Não posso converter nenhum de vós e muito menos a humanidade. Mas
se um único homem individual se converter para isto que o Mestre chama
de toda a Lei e os profetas, a humanidade amanhã estará bastante melhor
que a humanidade de hoje! Porque pelo menos se cristificou num ponto -
não em muitos pontos, mas num ponto. A humanidade terá mais esperanças,
porque um homem a mais aceitou a Verdade e viveu a Verdade. Conhecereis a
Verdade e a Verdade vos libertará... um homem! Sempre houve um ou
outro, não houve muitos, mas se os poucos se tornassem muitos... Se em
vez de um houvessem dois... E se em vez de dez houvessem vinte... E se
em vez de vinte houvessem quarenta e assim por diante... Naturalmente
por impulso interno e não por compulsão externa... Não podemos fazer
nada por compulsão externa, podemos fazer tudo por impulso interno!
Então, a humanidade de amanhã já seria notavelmente melhor do que a
humanidade de hoje.
Esta
longa fila de 0,00000000s da profanidade do ego já teria 1na sua
frente. E segundo a nossa matemática se nós temos um 0 e não colocamos
nenhum 1 na frente, temos 0. E se temos dois 0s, então, não temos nada.
Se temos mil 0s, também não temos nada! Mas, se colocássemos em frente à
esta fila de zeros o algarismo 1 - isto é a linha vertical - que é
exatamente o símbolo do nosso eu divino, a linha vertical... Se alguém
passasse do 0 para o 1, o que seria dos 0s? Não haveria mais 0! Porque o
primeiro 0 depois do 1 é 10, já não é mais 0. Isto quer dizer que se um
único homem se convertesse realmente à Verdade ele valorizaria os
outros que ainda não se converteram. Ele não os poderia converter, é
claro! Não podemos converter os outros, só podemos converter a nós
mesmos! Mas, ele, ia criar um ambiente tão propicio para 0s dos egos aí
fora que ainda não se converteram que eles pouco a pouco teriam muita
vontade de ser bons. Mahatma Gandhi compreendeu isto quando disse que
quando um único homem chega a plenitude do amor - isto nós chamamos
auto-realização - ele neutraliza o ódio de muitos milhões. Esses muitos
milhões não sabem nada dele... Mas, há uma Lei misteriosa: as energias
não se perdem! Isto é da Física - as energias físicas não se perdem,
todas se transformam uma na outra. A Lei da Constância das Energias, da
Física... E por que não podemos aplicar esta Lei da Física à Metafísica?
Será que no mundo espiritual as energias se perdem, quando no mundo
material nenhuma energia se perde? Mas é claro que nenhuma energia
espiritual se perde!
Se
eu criar em mim uma auta-voltagem de energia espiritual, se eu chegar a
realizar a presença da paternidade única de Deus, amando com toda a
minha alma, minha mente, meu coração e minhas forças e se eu viver de
acordo com esta experiência da presença de Deus, eu sou um grande
acumulador de energias; eu crio uma grande potencialidade energética,
uma alta-voltagem de energia em mim. Talvez ninguém me conheça, talvez
eu more numa caverna no Himalaia e ninguém saiba nada de mim, talvez eu
sou um analfabeto e nunca escrevi um livro... Isso não é importante! O
fazer não é importante, o importante é o ser! Se eu sou uma fonte de
energia espiritual porque descobri a presença de Deus em mim e vivo de
acordo com esta consciência da presença, eu sou uma tremenda força de
energia e toda a humanidade é beneficiada porque eu existo! Porque eu, a
fonte da energia divina, existo!
As
energias não se perdem... Eu não preciso ir lá e fazer comícios para
converter os outros, pois isso é coisa muito secundária! Eu devo apenas
continuar a viver na minha auta-voltagem de potencialidade espiritual.
Se eu tiver oportunidade para falar aos outros, então, tudo bem! Mas, o
principal não é isso!
E
então, quando um único homem chega à plenitude do amor ele beneficia a
muitos milhões que ainda estão nos seus muitos zeros, ele valoriza até
estes zeros! Estes outros que ainda estão nos seus ódios, algum dia tem a
vontade de deixar os seus ódios e tem vontade até de ser bons. Por que?
Eles não sabem o por que!... Receberam uma irradiação, não se sabe
donde - existe uma emissora longínqua que irradia suas ondas por todo o
mundo, e algum receptor pega as ondas irradiadas não sabe donde vem e
tem a vontade de não odiar mais, de não matar mais ninguém e passa ter a
vontade de ter fraternidade com seus irmãos... Converte-se! Eu não o
posso converter, mas ele se pode converter. Mas eu posso criar em torno
dele um ambiente, uma atmosfera, uma aura, uma vibração, uma egrégora
tão propicia, que ele está enfastiado de seus ódios e está com fome de
ser bom. Isto é a constância das energias das energias espirituais do
mundo... Nenhuma energia se perde, todas as energias se perpetuam e se
transformam.
Por
isso, se neste retiro silencioso, deste santuário do silêncio, aqui no
meio do mato, houver uma só emissora de espiritualidade que tenha a
experiência real da presença de Deus e que esteja com a vontade de viver
de acordo com essa experiência em forma de vivência ética entre os
homens, já temos então, o inicio da nova humanidade.
A
nova humanidade não vem amanhã, diz o Mestre, o novo mundo não vai
começar, o novo mundo já começou!... Mas, vós não o vistes! Vós é que
sois o novo mundo em embrião, em semente - potencialmente cada um de nós
é o novo mundo, cada um de nós é o Reino de Deus! Falta agora, passar
da potencialidade para a atualidade, passar da semente para a planta e é
por isso que nós estamos aqui; para despertar a nossa potencialidade e
transformá-la em atualidade! E depois, vem a conseqüência de tudo isto: a
vivência ética e individual e social - que não é outra coisa do que o
transbordamento irresistível da nossa experiência mística da presença de
Deus.
Vamos abismarmos profundamente nesta verdade e que a possamos viver futuramente!
Fonte: Palestra do Prof. Huberto Rohden, feita num Retiro Espiritual, na Alvorada, gravada por J.B. Castro.